Warning: count(): Parameter must be an array or an object that implements Countable in /mnt/unity/patologia.medicina.ufrj.br/portal/libraries/cms/application/cms.php on line 464
Graduação - Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina - Introdução ao Estudo da Patologia Geral (Coleção de Histopatologia Geral)

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PATOLOGIA GERAL

 

O estudo prático da Patologia Geral compreende a identificação das alterações anatomopatológicas nos diversos órgãos (exame macroscópico) e a correlação das mesmas com o exame microscópico dos cortes histológicos, que exemplificam os processos patológicos gerais, básicos. Para a correta interpretação dos achados macroscópicos e microscópicos, e as correlações entre ambos, são fundamentais o estudo teórico da Patologia Geral e os conhecimentos em Biologias Celular e Molecular, Citologia, Histologia, Anatomia e Fisiologia normais. Estes saberes permitem a compreensão da Patologia Especial nas diversas doenças e síndromes, de modo que, após o exame completo de um paciente, se possa fazer os diagnósticos (do geral para o específico): sindrômico, fisiopatológico, anatomopatológico, histopatológico, citopatológico e etiológico, e as correlações com os exames complementares de Imagem e de Patologia Clínica (Análises Clínicas).

O estudo histopatológico dos diversos processos patológicos gerais, aqui apresentados em 447 fotomicrografias, baseia-se em 27 lâminas, segundo o roteiro abaixo, usado em sala de aula, onde cada corte foi todo examinado, buscando-se identificar os processos patológicos principais e os secundários, assim como as áreas sem alterações histológicas significativas, ou próximas do normal. O presente estudo pode também ser realizado através da microscopia virtual, seguindo-se as orientações abaixo.

 

Microscopia Virtual

 

1. Baixe e instale, em seu computador, o aplicativo ImageScope, disponível no portal, com guia do usuário.

2. Baixe para o seu computador as imagens de cada uma das lâminas digitalizadas (microscopia virtual), referentes a cada um dos tópicos no roteiro abaixo, e abra-as através do aplicativo ImageScope.

 

Roteiro de histopatologia geral

 

I) ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES

• TUMEFAÇÃO OU DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA.

• APOPTOSE.

LÂMINA: 6.38 (5 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina.

Orientações:

1. Identifique no pequeno aumento o órgão e as suas características histológicas.

2. Observe, em médio e grande aumentos, que os hepatócitos, em geral, são arredondados, volumosos, com citoplasma claro e granuloso e com núcleo também aumentado de volume (tumefação).

3. Note que alguns hepatócitos têm o volume reduzido, com o citoplasma intensamente eosinofílico, homogêneo, denso, e o núcleo pequeno e compacto (picnótico). Tais células se mostram destacadas, separadas, dos cordões (trabéculas) hepatocitários. São hepatócitos em apoptose.

4.Verifique também infiltrado inflamatório mononuclear (linfócitos) nos sinusóides e nos espaços-porta.

DIAGNÓSTICO: TUMEFAÇÃO (DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA) E APOPTOSE HEPATOCITÁRIAS.

 

I) ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES

• ESTEATOSE OU DEGENERAÇÃO GORDUROSA HEPÁTICA.

LÂMINA 6.32 (7 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique, no pequeno aumento, o órgão e suas principais características histológicas.

2. Analise, no pequeno e médio aumentos, os lóbulos hepáticos, os  espaços-porta e as veias centro-lobulares.

3. Observe, no médio e grande aumentos, no citoplasma dos hepatócitos, principalmente os peri-portais, grande número de vacúolos formados por imagem negativa de gordura (lipossomos), de tamanhos variados, que rechaçam os núcleos para a periferia da célula.

4. Observe a acentuada congestão sinusoidal.

DIAGNÓSTICO: ESTEATOSE OU DEGENERAÇÃO GORDUROSA HEPÁTICA.

 

I) ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES

• NECROSE LIQUEFATIVA.

LÂMINA: 6.33 (11 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique, no pequeno aumento, a arquitetura hepática constituída por espaços-porta, veias hepáticas terminais (centrolobulares) e trabéculas hepatocitárias isoladas por sinusóides. Verifique que em alguns focos a arquitetura normal está desfeita e substituída por extensas áreas muito celulares, com degeneração e necrose (abscessos).

2. Observe, em médio aumento, que a celularidade no interior dos abscessos é constituída principalmente por neutrófilos e que estes estão associados a restos celulares degenerados e com material róseo fibrilar (fibrina) ou a material amorfo eosinofílico, caracterizando, no conjunto, a necrose liquefativa. Verifique que em torno dos abscessos os hepatócitos têm citoplasma de coloração eosinofílica homogênea e ausência de núcleos (necrose coagulativa).

3. Em grande aumento, observe as características histológicas das estruturas que compõem os abscessos.

DIAGNÓSTICO: NECROSE LIQUEFATIVA (ABSCESSOS HEPÁTICOS).

 

I) ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES

• NECROSE LIQUEFATIVA.

LÂMINA 3.5 (8 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique, em pequeno aumento, o órgão e as suas características histológicas (rim). Note a cortical e a medular, os glomérulos, os túbulos proximais e distais, e o interstício com edema, vasos congestos e infiltrado inflamatório, e áreas muito celulares, degeneradas, com necrose, caracterizando os abscessos.

2. Observe em médio aumento, que a celularidade no interior dos abscessos é constituída principalmente por neutrófilos e que estes estão associados a restos celulares degenerados e com material róseo fibrilar (fibrina) ou a material amorfo eosinofílico, caracterizando, no conjunto, a necrose liquefativa.

3. Em grande aumento observe os restos celulares degenerados e os neutrófilos, também alterados. Note que o estroma e o parênquima renais, ao redor dos abscessos, também se encontram necróticos.

4. Note, em médio e grande aumentos, que os túbulos mostram-se hipotrofiados e que o estroma conjuntivo evidencia edema, congestão e infiltrado inflamatório com linfócitos e plasmócitos.

DIAGNÓSTICO: NECROSE LIQUEFATIVA (ABSCESSOS RENAIS) (PIELONEFRITE CRÔNICA COM ABSCESSOS).

 

I) ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES

• NECROSE CASEOSA EM GRANULOMA.

LÂMINA 1.11 (50 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique, em pequeno aumento, o órgão e as suas características histológicas (pulmão). Note as extensas áreas eosinofílicas correspondentes a zonas de necrose caseosa, circundadas por grupamentos celulares, o conjunto formando nódulos (granulomas).

2. Em médio e grande aumentos, note que as áreas de necrose são constituídas por depósito de material amorfo eosinofílico, acelular ou com fragmentos de células. Em torno destas áreas observe as células epitelióides (células com citoplasma eosinofílico, de limites pouco precisos, e núcleos, ovalados, claros); em meio a estas células notam-se células gigantes multinucleadas do tipo Langhans (núcleos dispostos na periferia). Esta organização caracteriza um granuloma com necrose central.

3. Observe outros granulomas sem necrose. Mais externamente observe camada constituída por fibroblastos e linfócitos.

DIAGNÓSTICO: GRANULOMAS COM NECROSE CASEOSA (TUBERCULOSE PULMONAR).

 

I) ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES

• NECROSE DE COAGULAÇÃO.

LÂMINA: 2.15 (16 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina.

Orientações:

1. Identifique no pequeno aumento o pericárdio, o miocárdio e o endocárdio. Note os feixes de fibras musculares estriadas preservados, com núcleos centrais nas fibras e sarcoplasma estriado.

2. Observe áreas onde as fibras musculares estriadas não mostram núcleo e têm o citoplasma bem delimitado e bastante eosinofílico. Estas áreas representam necrose coagulativa por isquemia do miocárdio. Em torno observam-se capilares sanguíneos congestos e neoformados, células inflamatórias e fibroblastos, cujo conjunto representa o tecido de granulação (início do reparo por cicatrização) de lesão decorrente de isquemia (infarto).

 3. Em médio e grande aumentos note a ausência das estriações transversais e o aspecto condensado do citoplasma das fibras musculares cardíacas necróticas, devido à desnaturação das proteínas do citoesqueleto (sarcômero) entre outras.

DIAGNÓSTICO: NECROSE DE COAGULAÇÃO DO MIOCÁRDIO (INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO).

 

LÂMINA 1.7 (EXTRA) INFARTO HEMORRÁGICO PULMONAR (microscopia virtual)

Necrose de coagulação pulmonar, associada com hemorragia.

 

I) ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES

• ESTEATONECROSE (NECROSE GORDUROSA) COM SAPONIFICAÇÃO.

• PANCREATITE AGUDA.

LÂMINA: 6.44 (16 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina.

Orientações:

1. Identifique, em pequeno aumento, a arquitetura histológica do pâncreas. Note os lúbulos isolados por septos conjuntivos fibroadiposos.

2. Observe, em médio e grande aumentos, que os lóbulos apresentam estruturas acinares e ductais (porção exócrina), associadas com as ilhotas de Langerhans (porção endócrina).

3. Identifique as áreas com necrose gordurosa, ou esteatonecrose,caracterizadas pela perda da arquitetura do tecido adiposo, parcial ou total, associada com a deposição de material basofílico devido à saponificação (formação local de sais de cálcio a partir dos ésteres de ácidos graxos). Note que há infiltrado inflamatório com predomínio de neutrófilos,tanto nas áreas com esteatonecrose, quanto por entre os lóbulos com ácinos necróticos ou não.

DIAGNÓSTICO: PANCREATITE AGUDA, ASSOCIADA COM ESTEATONECROSE E SAPONIFICAÇÃO.

 

I) ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES

• HIPERTROFIA.

LÂMINA: 2A (22 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina.

Orientações:

1. Observe, em pequeno aumento, o corte histológico de útero apresentando células fusiformes dispostas em feixes entrecruzados (miométrio). Note, associado numa das superfícies, estruturas glandulares com estroma de permeio (endométrio).

2. Em médio aumento, note que na maioria dos feixes as células têm amplo citoplasma, alongado e eosinofílico, e núcleos aumentados de volume (estes são melhor observados nos feixes longitudinais). São as células musculares lisas hipertrofiadas do miométrio.

3. Note que existem alguns feixes também longitudinais, principalmente localizados logo abaixo da região glandular, em que as células têm citoplasma e núcleos de menor volume (células musculares lisas normais). Nas áreas glandulares o estroma conjuntivo, em alguns focos, tem células com padrão deciduóide (endométrio gestacional) e, em outros há infiltrado linfocitário.

4. OBS: O útero, no processo da gravidez, apresenta tanto hiperplasia, quanto hipertrofia das fibras musculares lisas, porém neste corte só é possível evidenciarmos a hipertrofia.

DIAGNÓSTICO: ÚTERO PUERPERAL COM CÉLULAS MUSCULARES LISAS HIPERTROFIADAS.

 

II) INFLAMAÇÃO AGUDA

• EXSUDATO FIBRINOLEUCOCITÁRIO.

• NEUTRÓFILOS.

LÂMINA 6.31 (18 fotomicrografias) (microscopia virtual) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique, no pequeno e médio aumentos, o órgão e seus planos histológicos (mucosa, sub-mucosa, muscular própria e a serosa, além do tecido adiposo e os vasos anexos à serosa).

2. Observe, no médio e grande aumentos, a luz ocupada por material amorfo basofílico (material fecalóide) e restos celulares.

3. Observe no pequeno, médio e grande aumentos, erosões ou ulcerações focais da mucosa, exsudato leucócitário polimorfonuclear (neutrófilos e eosinófilos), linfócitos, área de hemorragia e congestão (vasos repletos de hemácias). Observe que as células inflamatórias infiltram, difusamente, todas as camadas, até o tecido adiposo na serosa.

4. Observe, no médio e grande aumentos, a serosa recoberta por espesso exsudato fibrinoleucocitário, acentuada dilatação e congestão venosa, com extravasamento de hemácias (foco de hemorragia) e material amorfo eosinofílico (edema intersticial).

DIAGNÓSTICO: PROCESSO INFLAMATÓRIO AGUDO EM APÊNDICE VERMIFORME (APENDICITE AGUDA SUPURADA).

 

II) INFLAMAÇÃO AGUDA

• EXSUDATO FIBRINOLEUCOCITÁRIO.

• NEUTRÓFILOS.

LÂMINA: 1.22 (16 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique o órgão com as suas principais características histológicas.

2. Verifique, em pequeno aumento, que o rendilhado arejado do parênquima pulmonar normal está inaparente, à custa de ocupação dos espaços alveolares por exsudato. A superfície pleural, aparentemente, não está comprometida.

3. Notar, em médio e grande aumentos, o adelgaçamento e a isquemia dos septos interalveolares.

4. Identifique, em grande aumento, o material que compõe o exsudato, verificando os seus elementos celulares, neutrófilos degenerados (piócitos) e macrófagos, tendo de permeio fino rendilhado eosinofílico (fibrina e outras proteínas do plasma), constituindo o exsudato fibrinoleucocitário.

DIAGNÓSTICO: PROCESSO INFLAMATÓRIO AGUDO PULMONAR (PNEUMONIA LOBAR).

 

III) INFLAMAÇÃO CRÔNICA NÃO GRANULOMATOSA

• INFILTRADO MONONUCLEAR.

• FIBROSE.

• PIGMENTO BILIAR.

LÂMINAS: 6.47 (12 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Em pequeno aumento, identifique o órgão com as suas principais características histológicas: mucosa (epitélio colunar e córion), muscular e serosa.

2. Verifique em médio aumento, que o córion está repleto de células inflamatórias, que também permeiam o restante da parede do órgão; por vezes estas células estão agrupadas configurando folículos linfóides. Observe a hipertrofia da camada muscular e a fibrose e a congestão na serosa.

3. Em grande aumento, note que as células inflamatórias mononucleares são representadas por linfócitos, plasmócitos e monócitos, macrófagos. Estes, com freqüência, contêm pigmento acastanhado intracitoplasmático, de origem biliar.

DIAGNÓSTICO: INFLAMAÇÃO CRÔNICA DA VESÍCULA BILIAR (COLECISTITE CRÔNICA).

 

IV) INFLAMAÇÃO CRÔNICA GRANULOMATOSA

• GRANULOMAS.

• MACRÓFAGOS, CÉLULAS EPITELIÓIDES.

• CÉLULAS GIGANTES MULTINUCLEADAS TIPOS LANGHANS E CORPO ESTRANHO.

LÂMINA 13.13 (16 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, em pequeno aumento, cortes histológicos de pulmão, onde notam-se granulomas de diferentes diâmetros. Nos maiores aumentos os seus centros correspondem à zona de necrose caseosa, de aspecto amorfo eosinofílico, com restos celulares de permeio, circundada por faixa celular mais clara.

2. Em médio e grande aumentos, note que a porção interna desta faixa é constituída por células epitelióides (células com citoplasma eosinofílico, de limites pouco precisos, e núcleos ovalados, claros). Em meio a estas células notam-se células gigantes multinucleadas tipo Langhans (núcleos dispostos na periferia). Mais externamente observe os fibroblastos e o infiltrado de linfócitos.

DIAGNÓSTICO: INFLAMAÇÃO CRÔNICA GRANULOMATOSA, COM  E SEM NECROSE CASEOSA (TUBERCULOSE PULMONAR).

 

V) INFLAMAÇÃO CRÔNICA E REPARO

• INFLAMAÇÃO CRÔNICA NÃO GRANULOMATOSA.

• ULCERAÇÃO.

• TECIDO DE GRANULAÇÃO.

• FIBROSE.

LÂMINA 13.24 (27 fotomicrografias) (microscopia virtual)

Orientação:

1. Cortes histológicos de vesícula biliar com mucosa, muscular e serosa. Observe os vasos venosos dilatados, repletos de hemácias (congestão), o edema e o infiltrado inflamatório com predomínio de leucócitos mononucleares (linfócitos e plasmócitos) e macrófagos, além de neutrófilos e eosinófilos. Muitos macrófagos contêm pigmento amarelo-esverdeado no citoplasma (pigmento biliar, hemossiderina). Note o espessamento parietal e a fibrose.

2. Observe que em algumas áreas a mucosa está destruida, sem epitélio devido à ocorrência de ulceração. Nestas há, superficialmente, material necrótico e fibrinóide (amorfo e róseo), edema, e tecido de granulação. Neste observam-se vasos capilares sanguíneos neoformados (com endotélio proeminente e hemácias e leucócitos na luz), infiltrado inflamatório e fibroblastos. Na profundidade os fibroblastos (células alongadas) e as fibras colágenas e não-colagênicas (material fibrilar róseo claro) vão se tornando mais proeminentes devido à fibrose.

OBS: A ulceração da mucosa da vesícula usualmente tem relação com a litíase biliar. O tecido de granulação deve-se ao reparo que, neste caso, tende a evoluir para fibrose (cicatrização).

DIAGNÓSTICO: PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO EM VESÍCULA BILIAR (COLECISTITE CRÔNICA) COM ULCERAÇÃO DA MUCOSA.

 

VI) REPARO

CIRROSE (FIBROSE PORTAL DIFUSA + NÓDULOS DE REGENERAÇÃO).

• REGENERAÇÃO HEPATOCITÁRIA.

• HIPERPLASIAS VASCULAR E DUCTULAR BILIAR.

LÂMINAS: 6.30 e 6.3C (12 fotomicrografias) (microscopia virtual H&E) (microscopia virtual T.M.)

Colorações:  Hematoxilina e Eosina; Tricromático de Masson

Orientação:

1. Observe, em pequeno aumento, corte histológico de fígado exibindo septos fibrosos (corados em azul com a coloração tricrômica de Masson) isolando nódulos de parênquima sem veia centrolobular (nódulos de regeneração).

2. Verifique em médio e grande aumentos, que as trabéculas hepatocitárias, no interior dos nódulos, mostram-se duplicadas; os hepatócitos, que constituem as trabéculas, mostram núcleos volumosos, por vezes múltiplos, e nucléolos evidentes, caracterizando o aspecto regenerativo.

3. Observe nos septos fibrosos os leucócitos mononucleares (linfócitos e alguns plasmócitos), e as proliferações vascular e ductular.

DIAGNÓSTICO: CIRROSE HEPÁTICA (FIBROSE PORTAL DIFUSA COM NÓDULOS DE REGENERAÇÃO).

 

VII) DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS

• CONGESTÃO, HIPEREMIA PASSIVA.

• EDEMA.

LÂMINA: 1.6 (6 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique, no pequeno aumento, o órgão com as suas principais características histológicas

2. Observe, em pequeno aumento, a acentuada congestão em vasos dos septos interalveolares e nos de maior calibre; espaços alveolares claros ao lado de espaços alveolares contendo material róseo homogêneo e, por vezes, precipitado granular.

3. Em médio e grande aumentos, verificar a presença de “células cardíacas”, isto é, macrófagos intra-alveolares contendo hemossiderina (pigmento acastanhado) no citoplasma.

DIAGNÓSTICO: CONGESTÃO E EDEMA AGUDO PULMONARES.

 

VII) DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS

• TROMBOSE.

• VASOS CAPILARES NEOFORMADOS.

• INFILTRADO INFLAMATÓRIO.

• FIBROBLASTOS.

LÂMINA 13.19B (18 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique em pequeno aumento, veia com luz ocupada, quase que totalmente, por uma massa que se adere à parede em duas regiões .

2. Em médio aumento, note que a massa é constituída por hemácias, fibrina, hemossiderina e restos celulares, caracterizando um trombo. Observe que nas regiões de aderência há aumento da celularidade e proliferação de pequenos vasos neoformados, em sua maioria preenchidos por hemácias.

3. Em grande aumento, observe que a celularidade é composta por células inflamatórias mononucleares e polimorfonucleares neutrófilos e fibroblastos (células fusiformes com núcleo alongado). Observar também a presença de células endoteliais revestindo a luz dos pequenos vasos.

DIAGNÓSTICO: TROMBOSE VENOSA (MESENTÉRIO).

 

VII) DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS

• CONGESTÃO, HIPEREMIA PASSIVA.

• ATROFIA.

• ESTEATOSE.

LÂMINA: 13.25 (6 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique, no pequeno e médio aumentos, o órgão com as suas principais características microscópicas (espaços-porta, veias centrolobulares, hepatócitos e sinusóides).

2. Em médio aumento, verifique que as veias centrolobulares e os sinusóides circundantes mostram-se dilatados e que, principalmente, os sinusóides estão preenchidos por hemácias (congestão).

3. Note, em médio aumento, que nestas regiões há atrofia das trabéculas hepatocitárias e que, em geral, os sinusóides próximos aos espaços-porta não estão congestos. Observe os vacúolos opticamente vazios no citoplasma de hepatócitos (esteatose).

DIAGNÓSTICO: CONGESTÃO, HIPEREMIA PASSIVA HEPÁTICA.

 

VIII) NEOPLASIAS

• BENIGNA.

• FIBRAS MUSCULARES LISAS.

LÂMINA 4.1B (14 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, em pequeno aumento, neoplasia benigna, constituída por feixes entrecruzados de celulas fusiformes, que se mostra nitidamente isolada do tecido vizinho.

2. Verifique, em grande aumento, que as células que constituem os feixes, são alongadas, com núcleos também longos, regulares e com extremidades arredondadas. Tais células são musculares lisas e semelhantes às que constituem o miométrio normal.

DIAGNÓSTICO: LEIOMIOMA UTERINO.

 

VIII) NEOPLASIAS

• MALIGNA.

• CARCINOMA.

LÂMINA: 1.84 (22 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Identifique, no pequeno aumento, o tecido e as suas principais características histológicas.

2. Observe, no pequeno aumento, estruturas brônquicas com lumens dilatados e presença de anéis cartilaginosos. Entre as estruturas vasculares e os brônquios notam-se áreas de parênquina pulmonar preservado e áreas contendo maciços celulares infiltrando o parênquima pulmonar.

3. Observe, em médio aumento, que um dos brônquios apresenta em área, substituição do epítélio cilíndrico estratificado ciliado por epitélio proliferado, com várias camada de células, com núcleos de cromatina frouxa (área de metaplasia escamosa do epitélio brônquico). Seguindo esta zona nota-se, a partir do epitélio e infiltrando o córion (lâmina própria), estrutura maciça composta por várias camadas celulares, tendo núcleos dismorfes, hipercromáticos e eventuais células em mitose (figuras de mitose) (neoplasia).

4. Em grande aumento, observe que a neoplasia apresenta arranjo estratificado pavimentoso das células. com ceratinização individual. tendendo à formação de pérolas córneas.

DIAGNÓSTICO:  CARCINOMA EPIDERMÓIDE DE PULMÃO.

 

VIII) NEOPLASIAS

• MALIGNA.

• CARCINOMA.

LÂMINA: 5360-08 (28 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, em pequeno aumento, no corte de esôfago, grande massa de células epiteliais escamosas, dispostas em colunas irregulares e confluentes entre si, com superfície necrótica e degenerada, com material eosinofílico e amorfo. Note que as células neoplásicas infiltram a muscular própria.

2. Note, em médio e grande aumentos,que as células neoplásicas têm núcleo pleomórfico, citoplasma claro ou eosinofílico, por vezes com grânulos de querato-hialina basofílicos, e que, em vários focos, formam pérolas córneas.

3. Na áreas de invasão mais profunda, note as células epiteliais neoplásicas multinucleadas e infiltrado inflamatório acentuado, com muitos leucócitos (linfócitos) em apoptose e, ou com necrose e degeneração.

4. Observe o estroma conjuntivo, de permeio à neoplasia, com infiltrado inflamatório com linfócitos e plasmócitos.

DIAGNÓSTICO: CARCINOMA EPIDERMOIDE DE ESÔFAGO.

 

VIII) NEOPLASIAS

• MALIGNA.

• SARCOMA.

LÂMINA 13.14 (10 fotomicrografias) (microscopia virtual) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, em pequeno aumento, neoplasia maligna constituída por feixes entrecruzados de celulas fusiformes.

2. Verifique, em médio e grande aumentos, que as células que constituem esses feixes têm limites citoplasmáticos pouco precisos e apresentam núcleos volumosos, pleomórficos e hipercromáticos, por vezes múltiplos. Note também as frequentes células em mitose (figuras de mitose).

3; Note que, em algumas áreas, não existe uma delimitação nítida de tecido normal, caracterizando o aspecto infiltrativo da neoplasia.

DIAGNÓSTICO:  LEIOMIOSSARCOMA UTERINO.

 

VIII) NEOPLASIAS

• MALIGNA.

• ADENOCARCINOMA.

LÂMINA: 6.14 (34 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, em pequeno aumento, área de mucosa normal de reto e área onde se verifica a transformação neoplásica da mesma. Note uma desorganização da estrutura glandular e invasão por glândulas atípicas até a camada muscular.

2. Verifique, em grande aumento, que as estruturas tubulares neoplásicas são constituídas por células com atipias e algumas em mitose (figuras de mitose). De permeio à lesão neoplásica, note o infiltrado inflamatório leucocitário mononuclear (linfócitos e plasmócitos e macrófagos) e polimorfonuclear neutrófilo.

DIAGNÓSTICO:  ADENOCARCINOMA DE RETO.

 

VIII) NEOPLASIAS

• MALIGNA.

• METÁSTASE.

• ADENOCARCINOMA.

LÂMINA 6.43 (18 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, em pequeno aumento, corte histológico de fígado com extensa área do parênquima substituída por estruturas glandulares (neoplasia metastática), que comprimem as trabéculas hepáticas circundantes. Note a perda da arquitetura trabecular na região centrolobular.

2. Em médio aumento, note que as estruturas glandulares são isoladas por escasso estroma conjuntivo; as células que constituem as glândulas são colunares, pseudoestratificadas, com leve pleomorfismo nuclear e várias em mitose. Observe as áreas de necrose no interior da neoplasia e a compressão das trabéculas hepáticas circundantes.

3. No maior aumento, observe que os núcleos das células neoplásicas têm aspecto vesiculoso e que o infiltrado inflamatório, presente nas áreas de congestão e necrose centrolobulares, é constituído por neutrófilos e macrófagos.

DIAGNÓSTICO: ADENOCARCINOMA METASTÁTICO PARA FÍGADO.

 

VIII) NEOPLASIAS

• MALIGNA.

• METÁSTASE.

• ADENOCARCINOMA.

LÂMINA: 13.27 (22 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, no pequeno aumento, que a lâmina contém quatro fragmentos separados (cortes) de linfonodo em diferentes níveis, comprometidos ou não com neoplasia. O fragmento menor não evidencia neoplasia e representa a cápsula, o seio subcapsular e partes da cortical, paracortical e medula do linfonodo. Dois outros cortes mostram parte da arquitetura preservada (com folículos com centros germinativos, a paracortical e a medular) e parte ocupada com neoplasia. O último corte é totalmente ocupado pela neoplasia.

2. No médio aumento, note que a neoplasia é composta por túbulos irregulares, com epitélio atípico, e com luz contendo células degeneradas e não‑degeneradas. De permeio há tecido conjuntivo fibroso (reação desmoplásica).

3. Em maior aumento, observe as atipias nucleares das células glandulares neoplásicas, as células em mitose (figuras de mitose), as células em apoptose, e o aspecto infiltrativo e invasivo da neoplasia.

OBS: Este adenocarcinoma é originário do intestino grosso.

DIAGNÓSTICO: ADENOCARCINOMA METASTÁTICO PARA LINFONODO.

 

VIII) NEOPLASIAS

• MALIGNA.

• ADENOCARCINOMA.

LÂMINA: 13.29 (9 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, em pequeno aumento, as características do pulmão normal, com bronquíolos e septos alveolares delicados. Em outras áreas observam-se alterações patológicas como rotura de septos, hemorragia, antracose,e bronquíolo e espaços aéreos distais, incluindo alveolares, ocupados por massas neoplásicas de células epiteliais.

2. Note, em médio e grande aumentos, as células epiteliais neoplásicas, com núcleo arredondado, pouco pleomórfico, com nucleólo evidente, e citoplasma anfofílico, dispostas em massas compactas ou constituindo pequenos ductos, ou com centro necrótico. Em focos, há células em mitose.

3. Observe o infltrado inflamatório com predomínio de linfócitos, no interstício, em vários focos, relacionados ou não com a neoplasia, assim como macrófagos com pigmento negro antracótico.

DIAGNÓSTICO: CARCINOMA DUCTAL MAMÁRIO METASTÁTICO PARA PULMÃO.

 

VIII) NEOPLASIAS

• MALIGNA.

• ADENOCARCINOMA.

LÂMINA: 4.13 (14 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, macroscopicamente, o corte na lâmina com limites irregulares e espiculados.

2. Em pequeno aumento, note que o nódulo é não encapsulado e composto de ductos irregulares, por vezes fusionados, com luz estreita ou ausente ou ampla, em meio a denso estroma fibroso (reação desmoplásica). Em torno do nódulo há tecido conjuntivo fibroadiposo invadido, irregularmente, pelos ductos neoplásicos.

3. Em médio e grande aumentos, observe o pleomorfismo celular, as atipias nucleares, e as eventuais células em mitose (figuras de mitose).

DIAGNÓSTICO: ADENOCARCINOMA DE MAMA (CARCINOMA DUCTAL INFILTRANTE).

 

VIII) NEOPLASIAS

• MALIGNA.

• INDIFERENCIADA.

• SARCOMA.

• APOPTOSE.

• MITOSE ATÍPICA.

LÂMINA: 13.26 (10 fotomicrografias) (microscopia virtual)

COLORAÇÃO: Hematoxilina e Eosina

Orientação:

1. Observe, em pequeno aumento, corte histológico de neoplasia maligna com acentuada celularidade, feixes conjuntivos e vasos de permeio.

2. Verifique, em médio e grande aumentos, que as células neoplásicas, em geral, têm citoplasma escasso e núcleos de forma e volume variados, únicos ou múltiplos.

3. Identifique, em médio e grande aumentos, células neoplásicas em apoptose, com volume reduzido, citoplasma eosinofílico denso (róseo escuro), isoladas ou em pequenos agrupamentos, com núcleos fragmentados ou picnóticos (densos e hipercromáticos).

4. De permeio, note células neoplásicas em mitose atípica (tripolar, tetrapolar, etc).

OBS: Neoplasia originária de testículo.

DIAGNÓSTICO: NEOPLASIA MALIGNA INDIFERENCIADA, COM CÉLULAS EM APOPTOSE OU EM MITOSE ATÍPICA.

(NEOPLASIA TESTICULAR: RABDOMIOSSARCOMA, SEGUNDO O ESTUDO IMUNO‑HISTOQUÍMICO).

 

[Autores: Docentes do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina-UFRJ &

Histotécnicos do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho-UFRJ]

••••

LogotipoAzulFundoDepPatBranco

© Departamento de Patologia. Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Rio de Janeiro.