72. CISTICERCOSE CEREBRAL

 

CÉREBRO. CISTICERCOSE

 

UFRJ114CerebroCisticercose

UFRJ 114. ADULTO. CÉREBRO. CORTE NO PLANO HORIZONTAL. CISTICERCOSE. NOTE NA JUNÇÃO DA SUBSTÂNCIA BRANCA COM A CINZENTA, CORTICAL, NOS LOBOS FRONTAL, TEMPORAL E OCCIPITAL, E NA FÓRCEPS OCCIPITAL DIREITA DO CORPO CALOSO, VESÍCULAS ARREDONDADAS, PEROLADAS, COM CERCA DE 1 CM DE DIÂMETRO, REPRESENTANDO A FORMA LARVAR, DENOMINADA CISTICERCO, DO HELMINTO (CESTÓDIO) Taenia solium. O CISTICERCO CONTÉM A CABEÇA DO VERME INVAGINADA, COM A COROA DE GANCHOS E AS QUATRO VENTOSAS CARACTERÍSTICAS. A CISTICERCOSE RESULTA DA INGESTÃO DE OVOS A PARTIR DA ÁGUA OU DE ALIMENTOS CONTAMINADOS COM FEZES HUMANAS, OU DA AUTOINFESTAÇÃO PELA REGURGITAÇÃO DOS PROGLOTES DO VERME ADULTO, REPLETOS DE OVOS, PARA O ESTÔMAGO, OU DUODENO, E A POSTERIOR ROTURA DOS PROGLOTES GRÁVIDOS. NESTE ÚLTIMO CASO O CICLO DO VERME, COM A FORMA LARVAR, QUE USUALMENTE OCORRERIA NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO, O PORCO, DÁ-SE NO SER HUMANO, QUE É NORMALMENTE O HOSPEDEIRO DEFINITIVO, ONDE ENCONTRA-SE A FORMA ADULTA, HERMAFRODITA, DO VERME, CONHECIDO, VULGARMENTE, COMO "SOLITÁRIA." NA LUZ GÁSTRICA, OU DUODENAL, OS OVOS DÃO SAÍDA A UMA LARVA, A ONCOSFERA, QUE PENETRA A PAREDE DO ESTÔMAGO OU DO INTESTINO E, POR VIA SANGUÍNEA, ESPALHA-SE PARA VÁRIOS TECIDOS E ÓRGÃOS, COMO O ENCÉFALO, OLHOS, MÚSCULOS, PELE, CORAÇÃO, PULMÕES, FÍGADO, ETC, ONDE ENCISTA-SE, FORMANDO O CISTICERCO (Cysticercus cellulosae). NO SER HUMANO A CISTICERCOSE NÃO COSTUMA OCORRER QUANDO O PARASITISMO É COM A Taenia saginata, CUJA FONTE DE INFECÇÃO É A INGESTÃO DE CARNE BOVINA MALPASSADA CONTENDO O CISTICERCO (Cysticercus bovis). DEPENDENDO DA LOCALIZAÇÃO E DA QUANTIDADE DE CISTICERCOS NO ENCÉFALO OS SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS PODEM VARIAR, JÁ QUE ESTES CISTOS PODEM LOCALIZAR-SE NAS MENINGES, SUBSTÂNCIAS CINZENTA E BRANCA, AQUEDUTO DE SYLVIUS [FRANCISCUS SYLVIUS, (1614-1672), MÉDICO, QUÍMICO, FISIOLOGISTA E ANATOMISTA ALEMÃO] E NOS FORÂMENS DOS VENTRÍCULOS CEREBRAIS, ENTRE OUTROS. USUALMENTE, ENQUANTO OS CISTOS ESTÃO VIÁVEIS, NÃO COSTUMA HAVER REAÇÕES DOS TECIDOS DO HOSPEDEIRO, À PRESENÇA DELES, POR VÁRIOS ANOS, POIS A INTERAÇÃO PARASITA-HOSPEDEIRO, EVOLUTIVAMENTE, PERMITIU QUE O HELMINTO EVADA DAS REAÇÕES DO SISTEMA IMUNOLÓGICO, POR EXEMPLO, PELA SECREÇÃO DE PROTEÍNAS, QUE INIBEM A AÇÃO DO COMPLEMENTO, ENTRE OUTROS MECANISMOS. A REAÇÃO INFLAMATÓRIA, COM NEUTRÓFILOS, EOSINÓFILOS, LINFÓCITOS E PLASMÓCITOS, E A POSTERIOR CALCIFICAÇÃO, OCORRE COM A DEGENERAÇÃO DOS CISTICERCOS, QUANDO, ENTÃO, PODEM SURGIR CEFALÉIA, CONVULSÕES, AUMENTO DA PRESSÃO INTRACRANIANA E OUTROS PROBLEMAS NEUROLÓGICOS. A NEUROCISTICERCOSE PODE, CLINICAMENTE, VARIAR DE FORMAS ASSINTOMÁTICAS ATÉ AS RELACIONADAS COM MORTE SÚBITA. VEJA O CICLO DAS TÊNIAS EMBAIXO. LEIA MAIS EM: Portraits de médecins: Sylvius e Franz de le Boë:Biography e Franciscus Sylvius e NeurocysticercosisNeurocysticercosis: A Review e A histopathological study on human cysticercosisTaenia solium cysticercosis e Anatomopathological aspects of neurocysticercosis.

 

Sylvius2 

FRANCISCUS SYLVIUS (FRANZ DE LE BOË) (1614-1672), MÉDICO, QUÍMICO, FISIOLOGISTA, ANATOMISTA ALEMÃO

FUNDADOR DA ESCOLA IATROQUÍMICA

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CICLO DOS HELMINTOS Taenia solium (Linneus, 1758) & Taenia saginata (Goeze, 1782)

(Filo: Platyhelminthes, Classe: Cestoda, Ordem: Cyclophyllidea,  Família: Taeniidae)

 

Ciclodatenia2   

Legenda:

  a) Tênia do porco (ciclo em cinza).

  b) Tênia do boi (ciclo em  amarelo ocre).

  A) Hospedeiro definitivo: Somente o homem. Tênia no intestino

      delgado.

  1. Tênia (veja a parte inferior da prancha).

  1a. Segmento maduro (proglote) da T. solium.

  1b. Segmento maduro (proglote) da T. saginata.

  2. Ovo da tênia (= embrióforo com larva de seis ganchos).

  (morfologicamente é difícil a diferenciação das duas espécies).

  B) Hospedeiros intermediários:

  a. O porco (excepcionalmente o homem) (B a 1) (Cisticercose).

  b. Gado vacum.

  3-4. Larvas em diferentes estádios da evaginação do escólex.

  3a. Cysticercus cellulosae de T. solium (com coroa de ganchos

        e 4 ventosas); começo da evaginação.

  3b. Cysticercus bovis de T. saginata (com somente 4 vento-

sas).

  4. Estádio larvar evaginado da T. solium (a) e da T. saginata (b).

  5a. Cabeça da tênia do porco (com coroa de ganchos).

  5b. Cabeça da tênia do boi (sem coroa de ganchos).

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  I - III Fases de movimento dos segmentos (proglotes) de tênia

         recém desprendidos.

  Referência:

  Piekarski, G. - Tablas de Parasitologia Medica. Bonn,

  Bayer, 1961, pp. 93-94.

UFRJ Graduação - Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina
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